segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

GPLV - EDITAL DE CONVOCAÇÃO

http://gpliteraturaevida.blogspot.com.br/2017/02/edital-convocacao-reuniao-do-gplv.html

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE REUNIÃO DO GPLV

CONVOCAÇÃO

Ficam convocados os integrantes do Grupo de Pesquisa Literatura e Vida e convidados os demais interessados para reunião do GPLV no dia 4 de março, sábado, no Câmpus 1 da UFMS de Três Lagoas, das 8h às 12h, para discutirem e deliberarem sobre a seguinte pauta: 
  
1. Informes; 

2. Discussão sobre a organização do evento 50 anos do Tremor de Terra, que será realizado em Ituiutaba, MG, nos dias 18, 19 e 20 de abril de 2017, e também do 8º Seminário do GPLVevento que será realizado em paralelo às comemorações dos 50 anos do lançamento do Tremor de Terra;


4. Análise e discussão de contos do Tremor de terra, tendo em vista atividades no evento 50 anos do Tremor de Terra;

5. Expediente.

Três Lagoas, 20 de fevereiro de 2017.
Rauer Ribeiro Rodrigues/Coordenador do GPLV
Eunice Prudenciano de Souza/Co-coordenador do GPLV

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

"Entrelaces", periódico da Universidade Federal do Ceará, publica Dossiê comemorativo aos 100 anos de Manoel de Barros


          A revista Entrelaces, em seu volume 1, nº 8, do segundo semestre de 2016, traz Dossiê sobre a poesia de Manoel de Barros, intitulado "100 anos de Manoel de Barros: Poesia da simplicidade". A revista é publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará - UFC. 

      O Dossiê conta com nove artigos, assinados por Ana Cláudia Veras Santos (UFC), Ângelo Bruno Lucas de Oliveira (UFC), Carlos Eduardo da Silva Ferreira (UNESP, Araraquara) e Elaine Martins dos Santos Silva (UNESP, Araraquara), Emaxsuel Roger Rodrigues (UFBA), Janaína Jenifer de Sales (UNESP, Assis), Lygia Barbachan de Albuquerque Schmitz (UFSC), Marlucia Nogueira Nascimento (UFC), Paulo Benites (UFMS; UEMS), e Yanna Karlla Honório Gontijo Cunha (FURG).

         Além dos artigos, a edição conta ainda com textos de homenagem da equipe editorial, de Orlando Luiz de Araújo e Marcelo Peloggio, um poema de Cilene Rohr, e a capa - reproduzida acima - de Weslley Almeida, todos se referindo ao universo poético e imagético criado por Manoel de Barros.

          Leia, abaixo, o texto de apresentação do Dossiê no portal da Entrelaces.

100 ANOS DE MANOEL DE BARROS: POESIA DA SIMPLICIDADE

Adentrar, tentar analisar literariamente, pensar na poesia do sul-matogrossense e pantaneiro Manoel de Barros, que, neste ano de 2016, se fosse vivo, faria 100 anos, apresenta de imediato um desafio: como entender uma lírica capaz de unir, há um só tempo, a simplicidade que foge ao hermético e ao que deve ser útil e a complexidade de um texto explorador das mais incríveis possibilidades permitidas pela linguagem poética. Em “Teologia do traste”, o eu lírico do poeta reitera que: “As coisas jogadas fora por motivo de traste/ são alvo da minha estima./ Prediletamente latas./ Latas são pessoas léxicas pobres porém concretas./ Se você jogar na terra uma lata por motivo de/ traste: mendigos, cozinheiras ou poetas podem pegar”.
O saber e o conhecimento, a produtividade e o consumismo, tão ao gosto das sociedades ocidentais modernas, parecem ser alvos do desprezo da poesia de Barros. O poeta inverte os valores da modernidade, o que parece lixo, descarte, para ele, é o que de mais precioso há na poesia: “As coisas sem importância são bens da poesia” (verso de “Matéria da poesia”). Os versos livres de Manoel de Barros rompem com o que é considerado padrão e brincam com a linguagem, provocando e desafiando o leitor. Nada mais apropriado às possibilidades de abertura que só a arte literária é capaz de apresentar em toda a sua plenitude.
A poesia de Manoel de Barros é moderna e por isto mesmo também se caracteriza por se voltar para ela própria. Ou seja, seu eu lírico frequentemente reflete sobre a principal matéria prima da arte literária, no caso, a linguagem. A metatextualidade é um forte componente da sua poesia. A exemplo do poema VII do “Livro das ignorãças”: “Em poesia que é voz de poeta, que é a voz/ de fazer nascimentos–/ O verbo tem que pegar delírio”. Em entrevista a André Luís Barros, do Jornal do Brasil, perguntado sobre qual o tema do poeta, ele discorre: “O tema do poeta é sempre ele mesmo. Ele é um narcisista: expõe o mundo através dele mesmo. Ele quer ser o mundo, e pelas inquietações dele, desejos, esperanças, o mundo aparece. Através de sua essência, a essência do mundo consegue aparecer. O tema da minha poesia sou eu mesmo e eu sou pantaneiro. Então, não é que eu descreva o Pantanal, não sou disso, nem de narrar nada”.
Assim, a literatura de Manoel de Barros abre para quem dela usufrui, seja por deleite ou com o objetivo de pesquisa, um leque amplo de possibilidades de análise. E é esta a proposta dessa nova Edição da Revista Entrelaces, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC). Uma justa homenagem aos 100 anos de nascimento desse grande poeta brasileiro.
          Para acessar a revista, clique aqui