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domingo, 9 de julho de 2017

Um estudo sobre a metáfora em Manoel de Barros

TranscUlturAl, vol. 9.1 (2017), 105-122.

This work is licensed under a 

Photographed Metaphors:Meaning, Reference, and Translation in Manoel de Barros

 Axel Pérez Trujillo Diniz
University of Alberta, Edmonton

In a brief letter written in May of 2011, Brazilian poet Manoel de Barros (1916-2014) conveyedhis interest in collaborating with photographer Adriana Lafer on a book that would “express my verbal sketches; — with your images” (Arquitetura 48). Barros’s careful choice of words iscompelling, for he prefers to write “express” instead of “transform” or “translate” in his correspondence with Lafer. The shift in the medium of expression, from words to images,suggests an engagement between writer and photographer that places language at the heart oftheir collaborative book titled Arquitetura do silêncio (2015). To “express”  is to convey almost without mediation, as a transparent lens that allows light to penetrate, only then to slightly refractthe image. It is a playful tension between transparency and refraction, just as in the cover of theirbook — a photograph of what looks like a window, in which the condensation of water is infocus, displaying how light refracts into infinitesimal drops of green. In this article, I will arguethat Barros’ initial choice of words in describing his desire to work closely with Lafer reveals hisludic challenge of meaning and reference in language. In Arquitetura, Barros and Lafer displaythrough words and photographs a mode of gazing that transfigures the world, focusing on theabandoned sites that surround us: “O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo” (“The eye sees, memory re-sees, and imagination trans-sees. It isnecessary to trans-see the world”) (Arquitetura 4). 

[Continua].

Disponível em: 
https://www.academia.edu/33612493/Photographed_Metaphors_Meaning_Reference_and_Translation_in_Manoel_de_Barros

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

"Entrelaces", periódico da Universidade Federal do Ceará, publica Dossiê comemorativo aos 100 anos de Manoel de Barros


          A revista Entrelaces, em seu volume 1, nº 8, do segundo semestre de 2016, traz Dossiê sobre a poesia de Manoel de Barros, intitulado "100 anos de Manoel de Barros: Poesia da simplicidade". A revista é publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará - UFC. 

      O Dossiê conta com nove artigos, assinados por Ana Cláudia Veras Santos (UFC), Ângelo Bruno Lucas de Oliveira (UFC), Carlos Eduardo da Silva Ferreira (UNESP, Araraquara) e Elaine Martins dos Santos Silva (UNESP, Araraquara), Emaxsuel Roger Rodrigues (UFBA), Janaína Jenifer de Sales (UNESP, Assis), Lygia Barbachan de Albuquerque Schmitz (UFSC), Marlucia Nogueira Nascimento (UFC), Paulo Benites (UFMS; UEMS), e Yanna Karlla Honório Gontijo Cunha (FURG).

         Além dos artigos, a edição conta ainda com textos de homenagem da equipe editorial, de Orlando Luiz de Araújo e Marcelo Peloggio, um poema de Cilene Rohr, e a capa - reproduzida acima - de Weslley Almeida, todos se referindo ao universo poético e imagético criado por Manoel de Barros.

          Leia, abaixo, o texto de apresentação do Dossiê no portal da Entrelaces.

100 ANOS DE MANOEL DE BARROS: POESIA DA SIMPLICIDADE

Adentrar, tentar analisar literariamente, pensar na poesia do sul-matogrossense e pantaneiro Manoel de Barros, que, neste ano de 2016, se fosse vivo, faria 100 anos, apresenta de imediato um desafio: como entender uma lírica capaz de unir, há um só tempo, a simplicidade que foge ao hermético e ao que deve ser útil e a complexidade de um texto explorador das mais incríveis possibilidades permitidas pela linguagem poética. Em “Teologia do traste”, o eu lírico do poeta reitera que: “As coisas jogadas fora por motivo de traste/ são alvo da minha estima./ Prediletamente latas./ Latas são pessoas léxicas pobres porém concretas./ Se você jogar na terra uma lata por motivo de/ traste: mendigos, cozinheiras ou poetas podem pegar”.
O saber e o conhecimento, a produtividade e o consumismo, tão ao gosto das sociedades ocidentais modernas, parecem ser alvos do desprezo da poesia de Barros. O poeta inverte os valores da modernidade, o que parece lixo, descarte, para ele, é o que de mais precioso há na poesia: “As coisas sem importância são bens da poesia” (verso de “Matéria da poesia”). Os versos livres de Manoel de Barros rompem com o que é considerado padrão e brincam com a linguagem, provocando e desafiando o leitor. Nada mais apropriado às possibilidades de abertura que só a arte literária é capaz de apresentar em toda a sua plenitude.
A poesia de Manoel de Barros é moderna e por isto mesmo também se caracteriza por se voltar para ela própria. Ou seja, seu eu lírico frequentemente reflete sobre a principal matéria prima da arte literária, no caso, a linguagem. A metatextualidade é um forte componente da sua poesia. A exemplo do poema VII do “Livro das ignorãças”: “Em poesia que é voz de poeta, que é a voz/ de fazer nascimentos–/ O verbo tem que pegar delírio”. Em entrevista a André Luís Barros, do Jornal do Brasil, perguntado sobre qual o tema do poeta, ele discorre: “O tema do poeta é sempre ele mesmo. Ele é um narcisista: expõe o mundo através dele mesmo. Ele quer ser o mundo, e pelas inquietações dele, desejos, esperanças, o mundo aparece. Através de sua essência, a essência do mundo consegue aparecer. O tema da minha poesia sou eu mesmo e eu sou pantaneiro. Então, não é que eu descreva o Pantanal, não sou disso, nem de narrar nada”.
Assim, a literatura de Manoel de Barros abre para quem dela usufrui, seja por deleite ou com o objetivo de pesquisa, um leque amplo de possibilidades de análise. E é esta a proposta dessa nova Edição da Revista Entrelaces, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC). Uma justa homenagem aos 100 anos de nascimento desse grande poeta brasileiro.
          Para acessar a revista, clique aqui